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B2W decepciona de novo

Os maus resultados apresentados pela B2W no quarto trimestre do ano – alguns abaixo de estimativas já pessimistas dos analistas para o período – abriram espaço para uma discussão em torno da capacidade de reação da companhia a curto prazo. Maior empresa de venda online do país, a B2W possui em seu portfólio marcas como Americanas.com, Submarino, Shoptime e B2W Viagens.


Nos relatórios de análise divulgados na sexta-feira, questiona-se a possibilidade de recuperação da B2W sem que ela precise de ajuda da controladora, a Lojas Americanas, escreveu Juliana Rozenbaum, analista do Banco Itaú BBA. Em 2011, a B2W anunciou aumento de capital de R$ 1 bilhão e que foi subscrito pela controladora para ampliar investimentos na empresa. Na sexta, as ações ON da B2W fecharam em queda de 5,6%, a maior do dia na Bovespa.

Ao comentar o desempenho do trimestre, o comando da empresa disse que a companhia “está preparada para voltar a crescer”, e a “página está virada para o grande problema da empresa”, disse o diretor de relações com investidores da B2W, François Bloquiau. Este “grande problema” é uma mistura de gargalos estruturais e perda de credibilidade entre consumidores, que afetou vendas e a participação de mercado de seus sites.

“A intensa competição [no setor] pressiona a margem bruta num momento em que B2W teve que antecipar gastos altos em sistema e distribuição. Essa combinação pode abalar a confiança do mercado na capacidade de a B2W virar seus resultados a curto prazo”, escreve a equipe de análise do Bank of America Merrill Lynch.

Quando questionado sobre o fôlego para uma retomada, Bloquiau comenta ações isoladas, como a reformulação da área financeira em parceria com o Itaú, na busca de maior rentabilidade nas operações de financiamento, e nos investimentos em logística (como um novo CD em Recife e assinatura de contrato para outro centro, em Uberlândia). E sobre os primeiros sinais da possível recuperação, Bloquiau diz que os indícios existem e estão “sendo monitorados”.

Há cinco trimestres consecutivos no prejuízo, a B2W amargou perdas de R$ 28,8 milhões de outubro a dezembro, o dobro do apurado no mesmo período do ano anterior. O lucro de R$ 33,6 milhões em 2010 virou prejuízo de R$ 89,2 milhões em 2011.

A receita líquida consolidada cresceu 2,1% de outubro a dezembro (crescimento de 3,9% no ano), número abaixo da média de expansão do setor – a consultoria e-bit estima que alta de 26% nas vendas do setor em 2011. A concorrente Nova Pontocom (sites de Casas Bahia, Ponto Frio e Extra) apurou alta de 40,4% nas vendas brutas no quarto trimestre. No ano, a expansão foi de 25%, com vendas brutas de R$ 3,5 bilhões. A B2W vendeu R$ 4,7 bilhões em 2011.

Na visão da analista Daniela Bretthauer, do Raymond James, apesar da alta nas vendas, “parece que esse crescimento veio de suas subsidiárias (ingresso.com e site de viagens), e não pelo ‘core’ do negócio (Americanas e Submarino)”, e completa: “Nossa análise sugere que as outras empresas contribuíram com 23% do EBITDA em 2011, contra 12% em 2010”.

Fonte: Valor Econômico

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